Já imaginou ter aulas de luta com um robô? Essa ideia está se tornando realidade, ou quase isso. Cientistas dos Estados Unidos desenvolveram um dispositivo que ensina Tai Chi, uma arte marcial chinesa reconhecida tanto por seus benefícios na meditação quanto na movimentação.
De acordo com os pesquisadores, esse pequeno robô pode ajudar pessoas com limitações a melhorar suas funções cognitivas. A professora Zhi Zheng, líder do estudo e especialista em engenharia biomédica, destaca que o foco são indivíduos com distúrbios de desenvolvimento.
Ela menciona que os potenciais usuários incluem “adultos mais velhos com comprometimento cognitivo leve e pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)”. Entre as atividades que o robô humanoide NAO V6 pode realizar estão movimentos coreografados, meditação e técnicas de respiração, todas direcionadas à prática do Tai Chi.
Os cientistas planejam utilizar o sistema de inteligência artificial do robô para implementar ações que possam melhorar a saúde mental dos pacientes. Zheng ressalta que o robô é “comercialmente acessível”, permitindo que o maior investimento fosse direcionado ao desenvolvimento do software e à programação.
**Robô sai dos testes para o mundo real**
Agora, o robô entrará na fase de testes. Um protótipo será enviado para um centro comunitário local, onde idosos que necessitam de auxílio em tarefas do dia a dia ou que apresentam leve déficit cognitivo poderão se beneficiar das terapias funcionais oferecidas pelo robô.
A professora acredita que, ao sair do ambiente de laboratório, as pessoas estarão mais relaxadas, e suas reações serão mais autênticas ao interagir com essa nova tecnologia, que deve ser fácil de operar por alguém que não seja especialista. Segundo ela, o robô poderá ser controlado por um auxiliar ou assistente social e será adaptado às necessidades de cada usuário.
Isabela Gusmão é estagiária na editoria de Ciência e Espaço, é nutricionista e estuda Jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).
Lucas Soares, formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, é o editor de Ciência e Espaço do Olhar Digital.